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Rui Zink

Atualizado: 28 de fev. de 2022





UM POEMA DE AMOR

[Com a ajuda do Luís Vaz, que é um bacano e está sempre pronto para musicar letras minhas]




Corona é vírus que agarra sem se ver

Doença que, se for aos outros, mal se sente

É um descontentamento não contente

É dor que diz «confina!» sem dizer


É um não querer mais que bem viver

É solitário andar por entre a gente

É nunca dar um abraço de contente

É cuidar que se ganha em não se ver


É querer estar preso por vontade

É não dar, a quem queremos, nosso amor

É ter, com quem não nos visita, lealdade


E como causar pode então o amor

Nos corações humanos amizade

Se tão mascarado anda o senhor?



 

É escritor e professor. Publicou, entre outros, A Instalação do Medo (Teodolito, 2012), Osso (Teodolito, 2015) e Manual do Bom Fascista (Ideias de Ler, 2019).

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