MEU BARCO DE PAPEL
Quero esculpir um barco
de papel branco,
colocá-lo na margem do mar
inchá-lo de belos sonhos
e deixá-lo embarcar para longe.
A minha alma fará remos
desafiando as altas ondas,
fará preces por esta nação
que não vê a cintilação do sol,
seus olhos estão encharcados de lágrimas.
Meu barco de papel
branco, irá pela manhã
logo que os galos anunciarem
a vinda do santo sol.
Meu barco de papel
será imponente e carregado de luz
nem o mar, nem o vento o destruirá
ele irá como a arca do Noé.
Identificação artística de Lucas Silvestre Maxlhaieie. Nascido em Maputo, Moçambique, vive atualmente na Província de Gaza. Licenciado em direito pela Escola Superior de Economia e Gestão, é jurista e professor primário na Vila de Caniçado Guijá. Em 2017, recebeu o prémio de Destaque literário no 27ᵒ Concurso Internacional de poesia ALPAS 21, Brasil. Publica nas revistas Mahungo, Soletras, Xitende (nacionais) Incomunidade (Portugal) e no Jornal Correio da Palavra (Brasil). É membro da Associação Cultural Xitende, poeta, declamador, fotógrafo, organizador de saraus culturais e promotor de festivais de poesia nas escolas secundárias da Província de Gaza.
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